O que têm em comum Trump e o discurso inicial da Alemanha nazi? Al Gore responde

por Cristina Santos - RTP
Chris Boese - Unsplash

Al Gore, o democrata que foi vice-presidente dos Estados Unidos de 1993 a 2001, alerta que a Administração Trump está a "tentar criar a própria versão da realidade", o que é semelhante à estratégia do Partido Nazi, na década de 1930, na Alemanha.

No discurso que proferiu durante um evento sobre o início da Semana do Clima de São Francisco, Al Gore defendeu que há "lições importantes" a aprender com as semelhanças entre a ascensão da Alemanha nazi e as ações e decisões de Trump.

"Eu percebo por que razão é errado comparar o Terceiro Reich de Adolf Hitler a qualquer outro movimento", disse Al Gore. O nazismo "era excecionalmente maligno, ponto final. Eu entendo. Mas há lições importantes da história desse mal emergente", avisou o político democrata.

Um dos mais conhecidos rostos de defesa do Clima e da luta contra as alterações climáticas, o ex-vice-presidente de Bill Clinton também criticou Trump por impedir a transição para a energia verde, à medida que a emergência climática global atinge novos recordes.

“Está à vista de todos que, após apenas três meses e um dia, o novo Governo Trump está a tentar fazer tudo para impedir a transição para um futuro limpo e uma redução profunda da utilização de combustíveis fósseis”, sublinhou Al Gore.

A seguir destacou as “mentiras” que a Administração Trump tem difundido: “Dizem que a crise climática é uma farsa inventada pelos chineses para destruir a indústria norte-americana, dizem que o carvão é limpo, dizem que as turbinas eólicas (ou aerogeradores) provocam cancro, dizem que a subida do nível do mar apenas cria mais propriedades à beira-mar”.

A concluir o discurso, Al Gore apelou aos norte-americanos para agirem uma vez que os EUA estão “sob ataque”, referindo-se à versão 2.0 da Presidência de Donald Trump.

Os comentários do antigo vice-presidente juntam-se às críticas de ex-presidentes que condenam publicamente a administração Trump.

Barack Obama criticou os ataques contra às universidades: "Cabe a todos nós corrigir isto. O cargo mais importante nesta democracia é o cidadão, a pessoa comum que diz: não, isto não é correto".

Joe Biden, no primeiro discurso que fez desde que deixou a Casa Branca, criticou os planos de Trump de cortar apoios da Segurança Social

"A última coisa que [os beneficiários] precisam do governo é crueldade deliberada", disse Biden. E acrescentou: "Em menos de 100 dias, este governo provocou tanta destruição".
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